CONTO DE FADA ÁS AVESSAS
Capitulo 2 – Segredos do passado.
(Por Cassy Kayzkey)
Vitor voltou ao palco, ele e Leo agradeceram o publico por
aquele show incrível, e bateram em retirada para o camarim. As luzes
diminuíram, outras musicas tocavam como um saideira, os músicos também já saiam
do palco, a equipe começava os preparativos para desmontar os equipamentos.
A multidão se dirigia para a saída, alguns grupos de amigos
passavam em direção aos bares locais para continuar a festa, outros grupo
partiam para suas casas, e ainda havia aquela aglomeração na entrada para o
camarim. Em meio a tudo isso somente uma pessoa não saía do lugar, Suh tinha
duas opções: ou ela seguia a multidão que ia em direção aos portões de saída e
desaparecia novamente, fugia do passado com Vitor, ou ela o enfrentava de uma
vez o passado e abria o jogo com Vitor, porém ela não sabia se ela teria
coragem de falar toda a verdade do que aconteceu depois daquela noite em São
Paulo, mas se ela contasse tudo, não só as lembranças daquele amor voltariam,
como também coisas seriam reveladas, coisas que somente depois daquela noite,
depois que ela já havia ido em borá quando já estava na sua tão familiar casa
que ela soube, e que não a deixou voltar atrás e procurar Vitor. Fatos que não
só envolviam ele, que não só o magoariam, mas magoariam pessoas que não tinham
culpa de seus erros.
- Vamos
Suh? - perguntou um dos amigos dela.
-Podem
ir, eu vou mais tarde. Ainda vou caminhar um pouco. – disse Suh saindo do
transe em que aquelas lembranças lhe envolveram.
- Se
você quiser a gente pode te dar uma carona – falou uma das amigas.
- Não
precisa gente, eu to bem só quero caminhar um pouco, eu deixei meu carro mais
lá na frente. Podem ir a gente se fala amanha.
- Ok
então amiga, até amanhã? – disse a outra amiga a abraçando e lhe dando um beijo
no rosto. Os cinco amigos se despediram dela e foram embora deixando Suh e seus
pensamentos a atormentando a alma e o coração.
Novamente ela mergulhou naquelas lembranças, “contar ou não contar, sair correndo entrar
no carro ou enfrentar logo tudo de uma vez, ele vai me encontrar novamente”,
ela não queria viver fugindo, mas não sabia como contar a verdade sem machucar
as pessoas que mais ama.
Ela caminhou ate a porta do camarim, o alvoroço estava a
mil, ela pensava que até chegar sua vez teria reunido a coragem que precisava
para olhar no fundo daqueles olhos castanhos e contar-lhe o porque dela nunca
ter o procurado depois de São Paulo. Quando um dos seguranças disse seu nome
ela olhou para ele e disse que era ela.
- Ele quer vê-la! Me acompanhe. –
pediu o segurança
Por cima dos ombros dele ela pode ver Vitor a sua espera
olhando fixamente cada passo seu de outra porta que dava para um pequeno hall.
- Mas e
essas pessoas que estão na minha frente? – perguntou ela para o segurança.
- Eles
vão recebê-las mas ele que falar com você primeiro.
Ela não podia continuar caminhando em direção a ele, não
teria a coragem para falar tentou fugir mas já estava perto de mais.
- Então Suh, vamos conversar? –
Disse Vitor lhe estendendo a mão.
Ela olhou a mão dele e parou a sua na metade do percurso,
olhou nos olhos dele.
-
Desculpa Vitor – foi o que ela conseguiu falar, virou as costas e saiu correndo
em direção ao portão de saída.
Vitor correu atrás dela mas quando se deu conta todas
aquelas faz que estavam na porta do camarim estavam vindo em sua direção e mais
que depressa ele teve que voltar para o hall onde com muita esperança imaginou
esclarecer parte de seu passado que o corroia por dentro, que não entendia. Ele
ainda pode a ver de relance passando pelos portões. E dos portões Suh pode
vê-lo mais uma vez, e ver a decepção e o desespero em seus olhos.
A porta foi fechada atrás de Vitor, ele se dirigiu para o
camarim. Leo perguntou:
-Quem era a moça que te fez
descer do palco?
Vitor olho o irmão:
- Você
nem faz ideia?
Leo parou de beber a garrafinha de água que tinha pegado.
-Nossa
cara, quem?
- Era a
Suh – disse Vitor
-A Suh,
Sue Mariannie?
- Ela mesma.
- Por onde ela andou todo esse tempo, ela
sumiu e nunca mais deu noticias...
-Ela
não disse – Vitor olhou para o irmão – não explicou nada, fugiu de novo e a
única coisa que ela disse foi Desculpa e deixe tudo como está.
- Só
isso? Mais nada? – perguntou Leo
Vitor fez um sinal negativo com a cabeça as mãos estavam
cruzadas em frente a boca, os braço apoiados em uma cadeira que dava meios
giros de um lado para o outro.
- Você
pretende procurá-la? – quis saber Leo
- Por
onde começar – disse Vitor, da ultima vez eu a procurei, sem paginas em redes ,
sociais, sem telefone, apenas o nome dela sem nenhuma referencia.
- Você pretende fazer o que
então.
Vitor
parou a cadeira e olhou para o irmão e disse:
- Encontrá-la. É isso que eu vou fazer, não
posso viver sem saber porque ela sumiu e continua fugindo. Assim que a gente
for pro hotel, eu vou procurar o que fazer.
- Bom então vamos, que acho que tem gente por demais ai
fora.
Os fãs começaram a entrar fotos começaram a ser tiradas,
autógrafos distribuídos, sorriso, olhares, presente, fotos e mais fotos. Ao fim
de tudo
Depois que saiu do portão, Suh caminhou até o carro entrou e
mal conseguiu colocar a chave na ignição, ela não ligou o carro apenas agarrou
o volante encostou a testa nele e chorou, suas mãos tremiam e as lembranças não
paravam de vir a sua cabeça. Ela, abriu uma fresta da janela do carro, não mais
que dois dedos, recostou o banco, olhou o celular e não havia nenhuma chamada.
- Deus – disse ela – por que não tive coragem?
Agora as lembranças passavam pela sua mente como um filme,
tudo o que aconteceu desde aquela noite em São Paulo.
“Vitor e Leo tinha
chegado a São Paulo a algum tempos, cantavam em um barzinho, Suh tinha viajado
para a cidade fazer um curso de especialização em cenografia. Fez alguns amigos
na cidade e numa certa noite o pessoal resolveu ir até o tal barzinho que tinha
uma musica maravilhosa, foi lá que Suh e Vitor se conheceram e algumas semanas depois
a amizade já havia evoluído para um relacionamento, não era namoro, mas eles se
encontravam vez ou outra a noite sem nada muito serio só uns beijinhos e nada
mais. Vitor se encantava pelo jeito maluquinho que Suh tinha, ela não temia
nada, gostava de falar não tinha vergonha de nada, aquela mulher despertava
nele admiração, curiosidade, desejo e ele sentia que precisava dela. Numa noite,
três semanas depois que se conheceram Vitor pediu Suh em namoro e ela aceitou
namorar aquele homem que cantava com tanta paixão e emocionava todo mundo. Com três
meses de namoro, a musica da dupla começou a espalhar, veio o convite para a gravação
do primeiro DVD, e quando se deu por conta, Suh se viu entre o amor de Vitor e
seu sonho de ser atriz. Os shows eram cada vez mais distantes e eles iriam
passar a ser ver cada vez menos, ela não poderia segui-lo sempre se ela
decidisse seguir seu sonho. Depois de uma noite inesquecível, Vitor dormindo ao
seu lado e ela o olhava pensativamente, decidiu naquela noite em São Paulo
acabar com aquela frustração que a assolava, ela pegou um pedaço de papel
escreveu uma carta de despedida deixo-a em seu lugar na cama, arrumou as suas
coisas e partiu, saiu do apartamento onde morava, alugou um mais perto de seu
curso e desapareceu da vida de Vitor, mas sempre procurou noticias dos irmãos.
Vitor e Leo alcançaram
o reconhecimento nacional, sua musica passou a ser absorvida em todo o território.
Suh chegava em seu
apartamento depois de duas semanas longe de Vitor, quando os primeiros sinais
começaram a aparecer, havia dias que sentia um sono fora do normal, agora
começava os enjoos, ela não queria ter certeza mas continuar com aquela duvida
era pior. Comprou três testes de farmácia, os três confirmaram a gravidez,
seria impossível os três estarem errados. Ela procurou um médico e os exames
confirmaram a gravidez, como procurar Vitor a essa altura do campeonato uma
gravidez de apenas um mês, ela já estava grávida quando fugiu do apartamento
dele, e agora ela não tinha coragem de voltar do nada e dizer: oi amor to grávida.
Ela foi embora no meio da noite deixando apenas uma carta que mal explicava
tudo e como ele confiaria nela novamente, esse filho poderia nem ser dele. Então
ela decidiu ter a criança sozinha, seus destinos jamais se encontrariam
novamente, Vitor seguiu seu caminho ela deveria segui o dela.”
Esse era o terrível segredo que Suh guardava de Vitor, ela
jamais pensou que seu destino e o de Vitor voltariam se cruzar, Vitor não poderia
saber que Suh lhe escondera um filho ele
não a perdoaria, mas estava feito e agora ela tinha que sumir novamente. Depois
do nascimento da filha, Suh voltou para o Paraná onde começou a trabalhar no
teatro, fazia alguns trabalho para a TV,
nada muito grande.
Suh abriu os olhos e olhou o teto do carro, estava mais
calma lembrando com calma de tudo o que aconteceu, ela puxou o cinto de
segurança, ligou o carro e rumou para sua casa.
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