terça-feira, 23 de outubro de 2012

Capitulo 4 - Intensa Manhã



CONTO DE FADA ÁS AVESSAS


Capítulo 4 - Intensa Manhã
(Por Cassy Kayzkay)


Chegando ao apartamento, Suh foi ate a cozinha para fazer um café, já eram 6:30 da manha e Vitor ainda não tinha descansado, se bem que ela sabia que ele vivia invertido, acordado a noite toda e dormindo de manhã.
                -Muito legal seu apartamento. Você vive aqui sozinha?
                -Não! Mas a Naná deve chegar lá pelas onze horas , de manha eu estou em casa daí eu faço o café.
                -Você sempre acordou muito cedo – disse Vitor encostado na parede.
                -Você precisa de um banho e um bom descanso. Vem!
Vitor segui Suh até o quarto, ele sentou na cama enquanto ela foi até o closet e voltou trazendo um roupão branco e uma toalha.
                Aqui está tome um banho, vou te arranjar uma roupas mais confortáveis que jeans e camisa de botão e jaqueta. E vou dar uma olhada nisso daí pra você – disse ela apontando para o corte na testa de Vitor.
Ela saiu do quarto e Vitor se dirigiu para o banheiro com o roupão e a toalha. Suh foi ate um outro quarto onde o irmão costuma dormir quando vem passar o fim de semana em sua casa. Ela buscou um pijama confortável, abriu uma camisa verde olhou e pensou:
                -Eles devem usar o mesmo tamanho!
 Dobrou o camisa pegou a calça olhou uma camiseta branca e resolveu levar ela também. Passou na cozinha desligou a cafeteira e colocou o café na garrafa térmica para não esfriar.
Voltou para seu quarto onde Vitor estava tomando banho, colocou as roupas em cima da cama, mas antes que pudesse sair Vitor abriu a porta do banheiro.
                - Aqui estão algumas roupas – disse ela meio sem jeito de o ver enrolado no roupão -  espero que sirva, vou buscar o kit de primeiros socorros pra resolver esse problema.
Vitor simplesmente ficou a olhando, sabia que tinha mexido com ela novamente, ela ficou nervosa.
Suh saiu do quarto e entrou , e aquele sentimento atingiu ela de cheio, ela tinha paixão por vê-lo de cabelo molhado, o cabelo dele sempre ficava caindo no olho escondo aquele olhar arrebatador que só ele tinha. Suh fechou a porta do banheiro, mas não consegui andar suas pernas ficaram moles.
                -Santo Deus, não posso me apaixonar por ele de novo.
Com muito custo ela coseguiu chegar a despensa e pegar o kit, mas quando se levantou Vitor abriu  aporta do banheiro já vestido com a camiseta branca e a calça cinza estava descalço e com o cabelo pendendo em seus olhos.
                -Consegui achar, vamos dar um jeito nesse machucado – disse Suh não conseguindo disfarçar o nervosismo.
Antes que ela pudesse chegar a porta, Vitor pegou de suas mão a mala com os remédios, e a prendeu entre ele e o balcão do banheiro.
                - Vitor, por favor – pediu Suh – não vamos começar tudo aquilo de novo.
                - Olha nos meus olhos e diz que você não me ama mais, que tudo o que a gente viveu foi um erro e que foi mentira – disse ele olhando fixamente os olhos de Suh.
Ela olhou para aqueles olhos castanhos por trás daqueles fios de cabelo.
                -Não foi mentira, nem um erro. Mas passou Vitor, foi bom enquanto durou, acabou.
                - Não foi isso que eu perguntei – disse ele – Você ainda me ama ou não.
                -Não – respondeu ela olhando firmemente para ele
                -Não é isso que seus olhos dizem.
                -Nem sempre os olhos dizem o que é o certo a fazer – respondeu ela se livrando dele e caminhando para o quarto.
Ela sentou na cama e derramou um liquido num algodão.Vitor sentou na cama de frente para ela. Ela limpou o machucado e fez um curativo.
                - Pronto – disse ela se levantando.
Vitor agarrou o braço dela a fazendo sentar na cama novamente
                - Verdade – disse ele – os olhos nem sempre refletem o que é certo a fazer, porque sempre vão refletir o que sentimos no coração.
Suh olhou para ele soltando um suspiro cançado.
                -Diz que não sente nada por mim -  disse Vitor – e acaba logo com isso.
Suh se levantou e disse:
                - Não vou negar que sinto uma forte atração por você, mas é melhor a gente deixar tudo como está.
Antes de Suh chegar a porta, Vitor a puxou pelo braço a fazendo girar de encontro a ele num beijo. Ela tenta empurra-lo e se livrar mas seu corpo e alma esperavam e imploravam por aquele beijo mais uma vez e ela retribuiu o beijo apertando a nuca de Vitor e entrelaçando os dedos no cabelo dele. Ele a agarra pela cintura e a puxa para mais perto dele. O beijo termina e eles continuam de rosto colado.
                -Sabia que você nunca deixou de me amar – sussurrou Vitor.
                -Para Vitor! A gente não devia ter feito isso.
                - Por que? Você sabe que ninguém vai te amar como eu, somente eu sei amar – insistiu Vitor a beijando no pescoço, ele olha nos olhos dela - e você me deve uma ultima vez.
Ele sorri, com aquele sorriso encantador, ela olha para ele, e pensa.
                -Não vamos fazer nada que já não tenhamos feito antes – brinca Vitor.
Ela olha no fundo dos olhos dele, sua resposta era não mas seu corpo e alma diziam sim e ela não conseguiu resistir:
                -Deus! – suspirou ela – Vitor...
Ela agarrou os cabelos dele e o puxou pela nuca num beijo, ele a ergueu nos braços e a pegou no colo, foi até a cama e a pôs delicadamente deitada naquele beijo sem fim. O cabelo dele ainda estava molhado quando ela puxou a camiseta dele. O Sol nascia a acidade começava a acordar, mas num quarto daquela cidade havia duas pessoas que estavam vivendo uma intensa manhã de amor.
O sono pegou Vitor e Suh, depois daquela manhã, Suh acordou nos braços de Vitor, enrolados no edredom branco, Vitor dormia, ela o admirava, rolou para o outro lado e viu no relógio que já eram quase oito horas, ela pulou da cama fazendo Vitor se acordar.
                - O que aconteceu? – perguntou ele esfregando os olhos
                -Já é tarde, preciso dar alguns telefonemas – disse Suh enrolada no lençol e pegando um vestido no closet. Quando ela voltou já estava vestida, caminhava rápido passando a mão nos cabelos – pode voltar a dormir, se a Tati ligar eu te aviso.
Vitor sentou na cama olhando para ela.
                -Suh, para de caminhar,você tá falando como se a gente não tivesse feito nada!
Ela parou onde estava, virou-se e olhou para ele, caminhou até na cama e sentou ao lado de Vitor. Com a consciência retomada ela olhou para ele e morrendo por dentro disse:
                - Você queria mais uma vez, uma ultima vez Vitor. Eu lhe devia isso, mas acabou. Você mesmo disse que seria só essa vez. Então esse assunto acaba aqui nesse quarto – ela queria mais, ela o queria para sempre, mas ela não podia dar vida um relacionamento em cima de uma mentira.
Ela se levantou e saiu do quarto.
Vitor deitou na cama e não parava de pensar no que havia acontecido.
Suh foi até a cozinha tomar café, ela sentou e pegou o telefone sem fio, discou um numero.
                -Alô  - disse a voz do outro lado
                -Alô – disse Suh – Zezé? Aqui é a mãe da Vitória, ela já saiu para a escola?
                - Sim, ela e a Maria acabaram de sair, Dona Larissa acabou de levar as duas!
                - Ok então, aconteceu alguns imprevistos aqui em casa. Avise a Lary que eu pego as meninas na escola.
                -Sim senhora. Tenha um bom dia.
                -Você também Zezé, obrigado.
Suh desligou o telefone. Vitor apareceu na porta.
                -Você tem uma filha? Vi os porta retratos na mesa do telefone.
Suh olha assustada para ele. Mas responde.
                -Tenho. Ela dormiu na casa de uma amiguinha dela, que por sinal a mãe dessa amiguinha é minha amiga.
                -Por que não me contou? – questionou Vitor
                Suh levantou e foi até a sala, pegou o retrato em que estava ela e a filha no aniversário de cinco anos.
                -Ela minha vida, é tudo o que tenho, tudo que faço e fiz foi para ela , para o bem dela.
                -Você casou?
Suh não queria mentir, mas não podia dizer a verdade.
                - Sim – mentiu ela
                - E onde esta ele? – quis saber Vitor
                -Morreu em um acidente pouco antes de a Vitória nascer.
                -Vitória?
                - É. Minha Vitória.
Vitor passou os olhos pelos porta retratos e parou em um em que estava Suh e um homem abraçados. “Com certeza era ele” pensou Vitor.
                -É por isso que você não quer continuar nosso relacionamento?
Suh sentiu um alivio ao ver uma solução para acabar com tudo aquilo.
                -Não tenho como ir embora com você, tenho ela. E não a deixarei por nada Vitor.
                -Ela tem seus olhos – disse ele.
                -E o sorriso do pai – disse Suh não contendo a emoção, quase contando toda a verdade para ele.
 Vitor a olhou, e ela sorriu. A sala ficou em silencio, Suh estava pondo o porta retrato no lugar quando o telefone tocou. Ela se assustou e derrubou o porta retrato no chão quebrando em vários pedacinhos.
                -Droga – disse ela pegando o telefone – Alô.
                -Suh, é a Tati, to ligando pra te avisar que o Leo recebeu alta, a gente tá indo pro hotel. Diga para o Vitor encontrar com a gente lá.
                -Tudo bem!
                -Obrigado!
                -Imagina, Thau!
Tati desligou o telefone. Suh olhou para Vitor e disse:
                - Era a Tati para avisar que o Leo recebeu alta e é pra você encontrar eles no hotel.
                - Vou me trocar então  - disse Vitor.
                -Vai, eu vou pegar um pano para juntar essa bagunça.
Suh foi até a cozinha e Vitor juntou a fotografia em meio aos cacos de vidro, atrás da foto estava escrito outubro de 2006, era o aniversário de cinco anos da menina, o diz que dali um mês ela faria onze anos, só não sabia o dia. Ele havia se enganado, ele pensou que aquela fotografia era recente e já faz seis anos que foi tirada, não havia mais fotos da menina mas ela já era quase uma adolescente. Há praticamente dez anos atrás ele e Suh tiveram um relacionamento, e ligando tudo em sua cabeça Vitor percebeu que aquela menina poderia ser sua filha. Era muito louco pensar nisso agora, parecia impossível, mas a hipótese não poderia ser descartada.  Vitor sentia uma ligação muito forte com Suh, e tinha que haver uma explicação para isso.
Suh voltou com o pano da cozinha, Vitor a entregou a foto olhando em seus olhos.
                -Você não foi se trocar ainda? Já estamos saindo Vitor, vou te deixar no hotel.
                - Pois é, fiquei aqui mergulhado em pensamentos – respondeu ele.
Vitor foi para o quarto: “Ela não teria coragem de esconder uma gravidez dele” pensou ele trocando de roupas.
Em meia hora Suh e Vitor chegaram ao hospital, nenhuma palavra fora do normal foi trocada entre eles durante o percurso, Suh estranhou um pouco, mas não quis saber o motivo.
Ela estacionou o carro e entro com Vitor, Tati abriu a porta do quarto e eles entraram, as malas estavam prontas Leo agradeceu Suh mais uma vez. Os quatro desceram juntos, Vitor abraçou Suh.
                -Se cuida Vitor! – disse ela.
                - Você também Suh.
Ele chegou perto do ouvido dela e cochichou:
                - Espero ver você novamente e conhecer a Vitória.
Suh sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha. Vitor sorriu para ela, ela retribuiu o sorriso.
                -Não faltará oportunidade pra vocês se conhecerem.
Vitor, Leo e Tati entraram no carro que os levariam até o aeroporto, Suh seguiu seu caminho, imaginando que aquela seria a ultima vez que ela o veria.
Mas destino reserva para ela mais do que ela pode imaginar.
Vitor foi embora, mas ele teria que tirar toda a história a limpo, ele não engoliu as desculpas de Suh, ele tinha compromissos mas não sossegaria até saber toda a verdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário